Decisão de Lula na nomeação de Gil Cutrim para a Codevasf gera críticas e questionamentos

A recente decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de nomear o ex-deputado Gil Cutrim para uma nova diretoria na Codevasf está sendo alvo de críticas e levanta questionamentos sobre as motivações por trás dessa escolha.

O movimento, interpretado como uma estratégia para agradar ao Centrão e consolidar maior governabilidade, ganhou destaque ao ser inserido na Medida Provisória do reajuste salarial dos servidores, caracterizando-se pela inclusão de um “jabuti” legislativo. Essa prática, muitas vezes, é vista como uma manobra questionável que compromete a transparência e a integridade no cenário político.

Gil Cutrim, com uma trajetória política marcada por alianças e mudanças partidárias, deixa dúvidas sobre a consistência de suas convicções políticas. Eleito pelo PDT em 2018, posteriormente expulso por afinidades com Jair Bolsonaro e filiado ao Republicanos em 2021, sua postura de apoio ao presidente Bolsonaro após tentar a reeleição em 2022 e ficar como primeiro suplente, acrescenta um elemento de incerteza à sua atuação no cenário político.

A nomeação de Cutrim para a Codevasf, uma empresa estratégica devido à sua abrangência regional no Norte e Nordeste, levanta preocupações sobre a gestão eficiente e ética dos recursos públicos. Sua passagem como ex-prefeito de São José de Ribamar e ex-presidente da Federação dos Municípios do Maranhão traz à tona questionamentos sobre a eficácia de sua liderança.

Justiça Federal afasta gerente da Codevasf que teria recebido propina do empresário Eduardo DP

O gerente da 8ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Julimar Eduardo Costa, foi afastado do cargo por uma determinação da Justiça Federal.

Julimar é suspeito de ter recebido propina de empresas ligadas ao empresário Eduardo Costa, o Eduardo DP, ou Imperador, investigado por desvios no órgão. A Polícia Federal também cumpriu mandados busca e apreensão na residência do gerente nesta quinta-feira (19).

Segundo a PF, o inquérito teria identificado pagamentos de R$ 250 mil feitos por empresas ligadas ao empresário Eduardo José Ribeiro Costa, o Imperador. Diante dos indícios, a PF pediu à Justiça o afastamento do gerente de suas funções.

O caso tem relação com a “Operação Odacro”, deflagrada pela PF em julho deste ano, após a constatação de que um esquema na Codevasf contava com as mesmas pessoas e empresas já investigadas em 2015 pela Polícia Civil do Maranhão, por suspeitas de desvios de recursos públicos da Prefeitura de Dom Pedro.

“Após a referida operação policial, notou-se que o esquema criminoso não recuou, ao contrário, acabou crescendo exponencialmente nos anos posteriores, alterando, apenas, a origem da verba desviada – que passou a ser federal”, destacaram os federais, à época.

A investigação tem como principal alvo o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, ou Imperador.

De acordo com a apuração federal, Eduardo DP abriu empresas em nome de terceiros para competir entre si nas licitações, com o objetivo de vencer os certames na Codevasf.

Além de colocar as suas empresas e bens em nome de parceiros, o investigado também possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, como forma de dificultar a atuação dos órgãos de controle.

Em nota emitida após o afastamento do gerente, a Codevasf informou “que colabora com o trabalho da Justiça e que o processo judicial correspondente se encontra sob segredo de Justiça”.